Ministério Público realiza busca e apreensão no Hospital de Quissamã
- Emanoel Barcelos
- 27 de out. de 2017
- 2 min de leitura

Foram quase cinco horas de diligência dentro do Hospital Municipal de Quissamã. A Promotora de Justiça, Drª Cristiane de Sousa Campos da Paz, escoltada pelos homens do GAP - Grupo de Apoio a Promotoria, fez uma vasculha e apreendeu documentos como folha de pontos, contratos de trabalho e contratos celebrados entre a Prefeitura de Quissamã e a Fundação FunRio, contratada para gerir o hospital. O mandado foi cumprido parcialmente, e muitas dificuldades estão sendo encontradas pela Justiça, para ter acesso aos documentos solicitados. A investigação instaurada suscita uso de documentos falsos em contratos, escalas e contratações.
Das 9h às 13h30, a os agentes do Poder Judiciário, auxiliados pelos diretores do Hospital, fizeram o levantamento dos documentos a serem apreendidos. Pelo menos, folhas de ponto de dois meses não foram encontradas. A Promotora foi informada da possibilidade do restante da documentação estar no escritório da FunRio, em Quissamã, no bairro Canto da Saudade, mas a equipe do MP encontrou o local fechado.
Essas não foram as únicas dificuldades impostas a Justiça de apurar possíveis irregularidades. Em junho deste ano, o Ministério Público instaurou um processo para apurar o uso de documentos falsos, por parte da FunRio. A Fundação teria apresentado a Prefeitura, e a Prefeitura juntou ao processo, folhas de ponto, no dia 30 de maio, assinadas até o dia 31 do mesmo mês. O MP teve dificuldade para notificar os responsáveis pela FunRio. O oficial de Justiça tentou por cinco vezes para conseguir oficializar os diretores, na cidade do Rio de Janeiro. Os documentos solicitados não foram entregues à Justiça, o que resultou na busca e apreensão.
De posse das cópias dos documentos solicitados, a Promotora Drª Cristiane de Sousa Campos da Paz percorreu os setores do Hospital e coletou nome de todos os funcionários que estavam de plantão. "Como estamos com a escala de trabalho, peguei o nome de todos que estavam em serviço para comparar com a escala. Eles estão gerindo o dinheiro público. Dinheiro que é de todos. E cabe a nós, fiscalizarmos", afirmou a Promotora de Justiça.
Apesar de vereadores da base governistas posarem para a fotografia dias antes do ocorrido, em visita ao Hospital, em uma tentativa de dizer que tudo vai bem, pelo menos dois parlamentares, que fazem oposição ao Governo já haviam alertados que várias irregularidades estariam ocorrendo dentro do Hospital Municipal e outros setores da Saúde. O próximo passo é a minuciosa apuração dos documentos pela Promotora de Justiça.
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